Hoje vou falar um
pouco sobre o Castanheiro e a Castanha
O
preço da castanha está elevado, entre 1,50 e os 3 Euros, mas em Trás-os-Montes
tem havido mais procura que anos anteriores. Na minha Freguesia (Bouçoãis) o preço pago
por quilo ao produtor andou entre 1,50 e
os 2.20 Euros, isto devido, ao atraso na queda das castanhas, em cerca de 15
dias, e também pelo facto de haver mais pessoal a negociar em castanha. Agora, vou falar um pouco sobre o castanheiro e as castanhas.
Existem cerca de 12 espécies de
castanheiros numa vasta superfície que passa pela Europa, Euro-Ásia, zona
atlântica do norte da América. A Itália onde a área de floresta com castanheiro
é das maiores da Europa. O castanheiro também está presente Espanha, França,
Córsega, Ex-Jusgulávia, Roménia, Hungria, e ainda em algumas zonas montanhosas
de Marrocos e Argélia, introduzido também na Madeira, Açores e Canárias. Em
Portugal continental embora espalhado por todo o país é nas zonas com altitude
superior a 500m e com baixas temperaturas no Inverno que esta árvore encontra
as condições necessárias para o seu desenvolvimento. O que acontece nos
distritos de Bragança, Vila Real, Guarda e Alto Alentejo, e de destacar a serra
de S. Mamede, considerada um verdadeiro santuário do castanheiro. Em Portugal a
Castanea Sativa e é também a que predomina na Europa.
No séc. XVII, a castanha eram um dos
produtos básicos da alimentação dos transmontanos e beirões, substituindo, se
necessário, o pão e as batatas.
Num
cartel do castanheiro em flor pode ler-se “ no castanheiro surgem as flores
masculinas e cerca de um mês mais tarde as femininas. Umas e outras aparecem em
amentilhos eretuos ou sub-pendentes com 20 a 30cm de comprimento, mostrando
alguma exuberância, grande beleza e exalando um cheiro peculiar, sobretudo
quando em estado selvagem”. Posso afirmar assim que, identificamos, conforme o
tipo de árvore dominante a região em que nos encontramos. A castanha sendo
considerada por muitos um alimento menor não há um receituário tradicional em
Portugal, embora a cozinha contemporânea tem tentado reabilitar a castanha. No
entanto a castanha assegurou-se como entretenimento guloso do tempo frio. No
final de Outubro, assada, cozida ou comida em magustos de diversão ou até
cozida e barrada com geleia de marmelo. Ainda me recordo de quando saía da
escola, chegado a casa, já uma caldeira de castanhas fervilhava pendurada nas
candeias e, se o almoço demora-se retirava algumas para uma malga que me sabiam
pela vida.
De referir ainda que a castanha
contem muita água e que quando cozinhadas essa agua passa a vapor com a pressão
do vapor “dilata” a casca, para evitar que expluda deve levar um corte . Na freguesia
de Bouçoãis existem 4 variantes da castanha: a Longal, Judia, Martainha e
Negral/Preta, no entanto, há cerca de 12 variantes da castanha. De referir ainda que o ouriço e as folha do castanheiro também são muito usadas na medicina.
Não querendo ser muito exaustivo
devo dizer que a recolha para este texto centrou-se no livro de Jorge Lage
“Castanea – Uma davida dos Deuses”, de facto, um excelente livro
de referencia.
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| Flor do castanheiro |
